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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ayn Rand - A Nascente

Ayn Rand - A Nascente

O silêncio tomou conta de mim nas últimas semanas, nenhuma nova resenha foi publicada, pois estive envolvido em muitos trabalhos que me ocuparam profissionalmente.

Deixando pouco tempo para leitura, somente nas madrugadas adentro. Além disso, acabei me dedicando a leitura das mais de oitocentas páginas de A Nascente de Yan Rand.

Isso mesmo, eu consegui depois de muito procurar pelo Brasil todo, um exemplar da edição lançada pela Landscape.

O encontro com Howard Roark, Peter Keating, Dominique Francon e Ellsworth Toohey, me propiciaram descobrir o cerne da teoria do objetivismo desenvolvida por esta grande pensadora do século XX.

Após percorrer as mais de oitocentas páginas deste livro ficamos nos perguntando o que poderia ser escrito depois disso.

Por outro lado, por que este romance permaneceu sem edição no Brasil entre 1993 e 2008 mesmo com esta mais recente edição, permanece esgotado em todas as livrarias do Brasil.

Ayn Rand tinha uma habilidade de construir seus livros em relação às teorias que desenvolvia sem precedentes na história do pensamento humano.

Tive oportunidade de ler A Revolta de Atlas (Quem É John Galt?) onde me deparei com personagens bem construídos e ligados pelo fio condutor da Teoria do Objetivismo.

Além dos romances, ainda li uma edição em ebook do livro A Virtude do Egoísmo, também há muito tempo esgotado em todo o Brasil, onde em uma série de artigos ela esboça as dimensões de suas teorias.

De toda a forma, estamos diante de uma escritora que fez da sua vida um caminho para construir uma filosofia, que acabou isolada pelos senhores do século XX e também praticamente desconhecida pelos senhores no século XXI.

Quando ultrapassei a página quatrocentos e me deparei com o capitulo que trata do julgamento do processo contra Howard, vislumbrei a magnitude de uma ideia, a facilidade com que Ayn Rand construía seu pensamento e com a certeza de que a construção deste capítulo destruiu todo e qualquer livro que eu houvesse lido antes, fiquei completamente absorto em pensamentos, o que poderia vir a ser escrito depois de ter lido este capitulo?

Começo a entender o porque o livro ficou esgotado, todos que tem alguma aptidão para escrever se tornam pequenos redatores diante da grandeza de Ayn Rand expressando suas ideias, é o fim de muitos que sonhar em ser tornarem escritores.

Quando ultrapassei a página quinhentos me deparei novamente com mais alguns capítulos surpreendentes, se eu não estivesse familiarizado com as teorias de Ayn Rand teria ficado completamente extasiado.

A cada novo momento, mais boquiaberto eu ia ficando com os desenlaces que a história ia sendo despejada na minha cabeça

Algo totalmente insano, se não fosse tão real naquela época e hoje também, o livro é extremamente atual em cada página que lemos.

O jogo constante de interesses, cada passo em busca de uma combinação por causa de algum objetivo escuso.

Quando beirava a página seiscentos me deparei com o capitulo que narra o chamado do magnata dos jornais Gail Wynand de A Manchete pela presença Roarke Howard. Antes mesmo de ler a cena já comecei a imaginar aonde isso ia nos levar, o encontro do improvável e do impossível conspirado na mente de Ayn Rand.

Na página setecentos e cinquenta mais ou menos, nos deparamos com Wynand diante da inevitável reunião do Conselho de Acionistas de A Manchete, é muito difícil não reviver algum das situações parecidas com as quais vivi recentemente. As cenas que se seguem do livro são esclarecedoras em relação a quanto temos que abrir mão de nossos próprios ideais sob pena de perdermos a própria base de nossos ideais.

Wynand abre mão de seus ideais e submete-se ao jogo e com isso descobre que sempre viver na segunda mão de alguém e que jamais teve vontade própria ao dirigir sua própria vida, isso é bem parecido com nossa vida real.

Abrimos mão diariamente de nossos ideais para não perdemos a fonte de sobrevida que temos.

Ayn Rand nos dá mais uma lição de como o mundo funciona ao lermos as páginas que integram este capítulo.

Ao final de oitocentas páginas, nos deparamos com o julgamento de Howard Roark e com a descrição de sua acusação e conseqüente defesa, andamos por páginas magistralmente construída de forma a criar um completo vazio existencial quando chegamos à palavra FIM.

Ainda tem um posfácio esclarecedor colocado em 1992 por Leonard Peikoff.

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